Um misto de Sentimentos

O passado por vezes desaparece numa questão de segundos, por outras parece que o tempo passa ao seu lado e nada nem ninguém consegue fazer com que ele desapareça. Por vezes ele também impede que a nossa vida continue, faz-nos sofrer, mesmo que seja em silencio, mesmo que ninguém o veja. Só quem sofre sabe que está a sofrer e o quanto está a sofrer. Passado traz saudade e saudade traz sofrimento, mas o passado não é só o cruel, o injusto, o mau, não isso não! Passado também é por vezes o bom, o consolo, o reconfortar da alma, o relaxamento do coração, os bons momentos. ele é como uma arca de bons momentos e ao mesmo tempo de algo irreverente, os maus momentos, que por vezes não conseguimos ultrapassar. Quando acabamos uma experiência temos, por vezes, saudades dela, mas quando surge algo novo, algo que até pode ser revolucionário, ganhamos uma esperança, um novo sentimento, uma nova dor aqui e ali, mas nem sempre essa experiência nos acompanha como nós queremos e ao ritmo que queremos, por vezes a sua intensidade, a sua força, o seu sentimento, enfraquecem no seu crescimento, aí perguntamos se existirá algo errado, se agimos incorrectamente para com ela, mas percebemos que afinal fomos demasiado velozes para o seu doce e suave movimento. Cada experiência, cada momento, cada sentimento, tem o seu movimento e nenhum ser humano o poderá acelerar ou retardar, nem mesmo uma identidade divina. Promessas, juras, antiquadas conversas sempre com o mesmo propósito, com o mesmo fim e esse todos chamam de ' amor eterno ', quando temos uma relação estável e duradoura, surge sempre está frase ' amo-te para sempre ' ou então ' será para sempre, juntos ', mas quando essa experiência chega ao limite e nos aparece outra, também duradoura e estável, de novo ouvimos aquela frase, pensamos: « já ouvi esta frase antes! » e quando já ouvimos mais que uma, que duas, ou mesmo que três, chegamos a uma conclusão e percebemos: « Existe um ' amo-te para sempre ' sempre que alguém diferente se ama ». Mas amar é assim mesmo, algo repetido mas com mudanças, algo sentido por alguém diferente e de maneira distinta, mas sempre com o mesmo fim. No fundo, comparado com uma carta o amor é: « uma carta que foi escrita por vários remetentes, para diferentes moradas, mas que por engano vai sempre para um só e sempre o mesmo destinatário. ».